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Pandemia atrasa reconstrução do Museu Nacional, que deve reabrir parcialmente em 2022

Museu Nacional foi atingido por incêndio em setembro de 2018. Foto: Divulgação

A pandemia do novo coronavírus e alguns percalços no projeto atrasaram os planos do Museu Nacional de dar início à reconstrução do seu palácio inaugurado em 1818, onde morou a família imperial, já que a previsão inicial era em março. De acordo com Denise Pires Carvalho, reitora da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), vinculada à instituição, as obras de reconstrução de fachada e do telhado devem começar no início de 2021. Mas a professora ainda mantém a previsão de reabrir parte das portas ao público em 2022, ano do bicentenário da Independência do Brasil. Já o prazo para a reabertura completa do edifício é “entre 2025 e 2026”.

Prédio administrativo está em construção. Foto: Divulgação

“O campus de pesquisa e ensino do museu está sendo construído para as suas principais atividades poderem ser retomadas já em 2021, algumas presenciais. Mas nós pretendemos também que a reconstrução da fachada e dos telhados comecem logo no início do ano”, afirmou a reitora.

O palácio na Quinta da Boa Vista, na zona norte do Rio, foi consumido por um incêndio em setembro de 2018, que destruiu cerca de 20 milhões de itens do acervo do museu. Mas, alguns elementos ornamentais e artísticos do Jardim das Princesas e do Paço de São Cristóvão, como a escadaria monumental, forros, pisos e pinturas decorativas resistiram às chamas. A partir de janeiro, serão higienizados e protegidos.

Finalização do resgate de acervos

Obras na fachada em 2021. Foto: Divulgação

Entre os planos para 2021, também estão o início das obras nas fachadas e coberturas no bloco histórico do palácio; o desenvolvimento dos projetos de arquitetura, restauro, complementares e museografia, além da finalização do resgate de acervos.

Diretor do museu, Alexsander Kellner destacou a atuação de novas parcerias realizadas ao longo deste ano: “Havia previsão de a gente começar as obras em março, mas quem poderia antecipar essa situação absurda da pandemia? Isso atrasou, porém, graças a participação de todos os outros parceiros, como o Bradesco, que entrou com R$ 50 milhões, estamos atuando para que a gente consiga devolver parte do Museu Nacional, incluindo pelo menos parte da reforma do palácio, até 2022.”

Kellner disse ainda que o acervo que estava dentro do palácio está praticamente todo resgatado. “O problema foi que a pandemia nos atrapalhou muito. Prosseguimos nessa operação, mas de maneira lenta, inclusive tivemos situações de Covid-19 na nossa equipe. Mas, estamos na fase final, a UFRJ está justamente fazendo uma nova licitação para uma nova equipe nos auxiliar nessa fase final, para o resgate e outros pontos envolvendo o acervo”, explicou.

“É fundamental que todos entendam: isso é apenas a retirada e a estabilização do acervo. É preciso agora fazer com que ele esteja de novo à disposição no museu para suas exposições. Isso somente vai acontecer se tiver investimentos na restauração desse acervo. Ou seja, não é só a situação do palácio, que está muito bem encaminhada, mas a questão de restauração do acervo que foi resgatado.”

Alexander Kellner, diretor do Museu Nacional


Peças de animais extintos recuperadas

Segundo o diretor do museu, neste ano o trabalho dos pesquisadores ainda conseguiu recuperar, entre outros itens afetados pelo incêndio, diversas peças do acervo na área de paleontologia. “Tivemos diversas peças recuperadas do acervo arqueológico. Os afrescos de Pompeia (encontrados em fragmentos), que apresentam uma preservação bem melhor do que imaginávamos, agora precisam ser restaurados. E também temos alguns destaques na área de paleontologia, de restos de animais extintos que conseguimos recuperar”, finalizou.

Números do museu em 2020

Orçamento total estimado: R$ 378,9 milhões ((Palácio, Anexo e Jardins; Biblioteca Central; Novo Campus de Pesquisa e Ensino; Museografia).

Recursos captados apenas em 2020: R$ 148,3 milhões.

Recursos totais já assegurados (2018-2020): R$ 244,6 milhões (65% do total estimado).