Um peixe peçonhento e predador está ameaçando o ecossistema marinho de Fernando de Noronha, em Pernambuco. O peixe-leão (Pterois volitans) encontrou no arquipélago a possibilidade de reproduzir.
Apesar de ser natural dos oceanos Índico e Pacífico, segundo o ICMbio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade), a espécie, provavelmente, foi guiada por correntes marítimas vindas do mar do Caribe. Naquelas águas, o peixe-leão se tornou a pior espécie invasora nos recifes de corais.
Como não é típico do litoral brasileiro, o peixe-leão não possui predadores naturais por aqui – como tubarões – e caso sua população aumente de forma rápida, outras espécies correm risco de desaparecer da ilha.
Predador voraz e de ciclo reprodutivo rápido
Essa espécie invasora (que não pertence à fauna ou à flora de um determinado local) é carnívora e se alimenta de outros peixes, atacando por meio do veneno presente nos espinhos do animal. Em caso de contato com humanos, as toxinas podem causar dor, febre e convulsões.
O peixe-leão é um predador voraz, que compete por alimento com outros animais, alguns deles de valor comercial, como lagostas, peixes, caranguejos e lulas, entre outros que se alimentam das mesmas presas que ele. Com isso, essa espécie invasora acaba provocando um desequilíbrio na cadeia alimentar e um declínio populacional de algumas espécies.
Além de toda a sua voracidade, o peixe-leão também é muito resistente a doenças e tem um ciclo reprodutivo muito rápido.
Para o analista ambiental do ICMbio, Ricardo Araújo, é preciso realizar o manejo e a captura da espécie para estudos e controle. Para isso acontecer, a equipe conta com a ajuda de mergulhadores capacitados.
A bióloga Gislaine Lima faz parte do projeto Conservação Recifal e reforça a necessidade de captura desses peixes como medida de curto prazo para análise do espécime.
O peixe-leão pode viver em até 100 metros de profundidade e preferencialmente longe da praia, abrigados em corais. É, também, uma espécie muito procurada por aquaristas de todo o mundo por sua beleza e aparência chamativa.
Ainda não se sabe ao certo como o peixe-leão surgiu no oceano Atlântico. Mas os pesquisadores acreditam que ele possa ter sido introduzido por ação humana, por meio da soltura desses animais em um novo ambiente.
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MB com informações da Agência Brasil
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