Três fósseis de dinossauros foram encontrados por um grupo de cientistas brasileiros e chineses na bacia Turpan-Hami, no noroeste da China, sendo duas novas espécies. São alguns dos primeiros fósseis descobertos na região, de acordo com um estudo publicado na Scientific Reports.
O Dr. Xiaolin Wang e colegas, entre eles pesquisadores brasileiros, analisaram fragmentos fósseis (vértebras espinhais e caixa torácica) previamente descobertos na Bacia de Turpan-Hami, em Xinjiang e datados do Cretáceo Inferior, cerca de 130 a 120 milhões de anos atrás.
A pesquisa é resultado de uma parceria que já dura 18 anos entre o Museu Nacional, vinculado à Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), e o Institute of Vertebrate Paleontology and Paleoanthropology, da China.
Os cientistas compararam características específicas dos fósseis, as vértebras e estrutura das costelas com outros dinossauros saurópodes da China e de outras localidades.
Os autores identificaram o primeiro como uma nova espécie e o chamaram de Silutitan sinensis. Eles descobriram que algumas características das vértebras cervicais indicam que ela pertencia a uma família de saurópodes conhecidos como Euhelopodidae, que até agora foram encontrados apenas no Leste Asiático.
A equipe comparou o espécime com o que eles acreditam ser um grupo estreitamente relacionado de dinossauros e estimaram que ele teria originalmente mais de 20 metros de comprimento.
O segundo, que também identificaram como espécie inédita, foi nomeado Hamititan xinjiangensis. Cientistas estimam que o animal completo tinha 17 metros de comprimento.
Este possuía sete vértebras da cauda. Pela forma e as cristas ao longo das vértebras, os pesquisadores concluíram que pertencia a uma família de saurópodes conhecidos como titanossauros, abundantes na Ásia e na América do Sul.
O terceiro dinossauro foi limitado a quatro vértebras e fragmentos de costelas. Pelas análises a equipe sugeriu que pode ser um saurópode somphospondylan, um grupo de dinossauros que viveu desde o final do Jurássico, 160,3 milhões de anos atrás, até o final do Cretáceo, 66 milhões de anos atrás.