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Pesquisadores confirmam uma suspeita de Darwin: quanto mais perto do Equador, mais coloridas são as aves

Pesquisadores identificaram padrões de cores em mais de 24 mil espécimes de aves. Foto: Canvas

Pesquisadores da Universidade de Sheffield, no Reino Unido, realizaram um estudo para perceber se as teorias de Charles Darwin (1809-1882) e Alexander von Humboldt (1769-1859) fazem sentido.

Estes dois naturalistas dos séculos 18 e 19 defenderam que as aves vão ficando mais coloridas à medida que nos aproximamos do paralelo do Equador, linha imaginária que separa o Hemisfério Norte do Hemisfério Sul. O inverso acontece se nos dirigirmos na direção oposta, a caminho dos Polos, com penas de tonalidades cada vez mais “cinzentas” e monocromáticas.

No entanto, nota um comunicado divulgado pela Universidade de Sheffield, ainda não tinha sido possível comprovar cientificamente esta teoria, “devido ao grande montante de dados e de tecnologia avançada de imagem necessários para se examinarem esses padrões à escala mundial”.

Até agora. Graças às tecnologias que têm hoje ao dispor, a equipe de pesquisadores conseguiu recorreu à inteligência artificial para identificar os padrões de cores em mais de 24.000 espécimes de aves conservadas na coleção do Museu de História Natural em Tring, na região inglesa de Hertfordshire. Esta coleção tem representantes de “mais de 95%” das espécies de aves vivas no mundo.

Os resultados do estudo foram agora publicados na revista científica Nature Ecology & Evolution e indicam que as aves tropicais são, regra geral, cerca de 30 % mais coloridas do que as suas congêneres que vivem mais perto dos polos.

Para chegarem a esta conclusão, os pesquisadores fotografaram mais de 4.500 espécies de passeriformes da coleção do museu londrino. Os Passeriformes são a ordem com mais diversidade de espécies em todo o mundo – entre 5.000 e 6.000 – incluindo pardais, corvos e aves canoras.

“A equipe de Sheffield identificou a cor da plumagem em 1.500 pontos individuais em cada espécime [examinado], extraindo informação dos pixels das fotografias”, descreve a universidade. As aves foram depois ordenadas pela quantidade de cores em cada uma e de acordo com as regiões do mundo de onde são nativas.

Habitat característicos das áreas tropicais

Os cientistas avançam com duas causas possíveis para as diferenças de tonalidades que podemos encontrar, dependendo de estarmos mais perto do Equador ou dos Polos.

Em primeiro lugar, o habitat característico das áreas tropicais, que é bastante colorido, levando as aves a exibirem mais variedade e vivacidade de tons para se camuflarem melhor no ambiente que as rodeia. No mesmo sentido, nas latitudes mais elevadas, mais próximas do Polo Sul ou do Polo Norte, estes animais têm de se adaptar a paisagens mais despidas e monótonas.

Por outro lado, considera a equipe, junto ao Equador as aves alimentam-se muitas vezes do néctar das flores e de fruta, tendo mais energia para “investir” em cores mais vivas.

Com informações de Wilder