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Pesquisadores detectam vestígios de microplásticos no estômago da baleia beluga, como prova de agravamento da contaminação

Pedaços de lixo tóxicos foram descobertos no sistema digestivo das belugas.
Foto: Pixabay

Um grande número de pequenos pedaços de lixo tóxico foi recentemente descoberto na alimentação das baleias beluga (Delphinapterus leucas), demonstrando que a contaminação em criaturas marinhas está começando a se espalhar até mesmo para as regiões mais isoladas do mundo.

Microplásticos foram descobertos até mesmo nos mares mais distantes, de acordo com pesquisadores da Simon Fraser University, que investigaram como os fragmentos entram nos corpos das baleias beluga por meio da comida.

Nanomateriais foram detectados no sistema digestivo de 21% das criaturas marinhas examinadas.

Considerando a combinação das descobertas de estudos anteriores sobre a quantidade de detritos marinhos descobertos nos estômagos da beluga, os cientistas determinaram que talvez as baleias consumam até 145.000 peças de plástico a cada ano.

Rhiannon Moore, o principal proponente do experimento, observa que, embora os efeitos potenciais sobre as belugas não sejam claros, os dados destacam o quão difundidos os polímeros estão.

“Fiquei surpreso quando inicialmente examinamos sete abdomens de beluga separados e descobrimos partículas microplásticas em todas as sete espécies. Essas eram criaturas localizadas em locais extremamente isolados ao norte, e não é apenas uma forma de polímero que descobrimos”, disse Moore.

Esta é a primeira exploração científica a encontrar partículas de plástico nas barrigas de criaturas marinhas do Mar de Beaufort Oriental, que está situado na parte norte dos Territórios do Noroeste, Yukon e Alasca.

Problema de gerenciamento de resíduos

Os filamentos de nanoplásticos, predominantes em materiais têxteis e roupas, foram responsáveis ​​por 78% das partículas detectadas em barrigas de animais.

De acordo com Moore, a presença de partículas microplásticas nos mares é uma catástrofe crescente da sustentabilidade e os pesquisadores indicam que nenhuma delas está isenta.

“As pessoas consomem muito mais poliéster na cultura moderna e, quando é descartado incorretamente, esse material se decompõe em partículas minúsculas e mais finas, facilitando sua transferência em ambientes aquáticos. As descobertas dessas pesquisas servem apenas para destacar o fato de que as substâncias não ficam dentro de um ponto. Elas viajam pela atmosfera, pelas vias navegáveis, pelo solo e agora sabemos que elas passam pela teia alimentar marinha”, explicou o cientista.

Moore, que se tornou Supervisor de Defesa do Plástico Zero na cidade de Victoria, diz que as investigações dão apenas um vislumbre da história e que os cientistas nem sabem por quanto tempo mais as partículas de plástico podem permanecer no sistema intestinal das criaturas ou se podem ser perigosas para a saúde das criaturas do mar.

No entanto, destaca a necessidade de o homem criar um compromisso maior para diminuir a quantidade de lixo plástico que criamos.

“Esta pesquisa contribui para nossa ampla variedade de contaminantes que acabam no Ártico e destaca a necessidade de atenção imediata para interromper a descarga de polímeros e partículas de microplástico no sul, mais densamente povoado”, disse Peter Ross, cientista sênior da Raincoast Conservation Foundation e coautor do estudo.

Fonte: Natural World News