A população de botos-cinza no Rio de Janeiro está ameaçada. Na década de 80, a baía de Guanabara tinha mais de 400 animais da espécie. Hoje, são 30 apenas. Uma redução de mais de 90%.Os números são do Laboratório de Mamíferos Aquáticos e Bioindicadores, da Universidade Estadual do Rio de Janeiro.
As principais ameaças a esses mamíferos aquáticos são a poluição, principalmente a industrial, a atividade humana e obras de readequação urbana, como aterros de áreas situadas nas margens, como explica o coordenador do Laboratório de Mamíferos Aquáticos, o biólogo Rafael Carvalho.
O boto-cinza tem hábitos estritamente costeiros e utiliza a Baía de Guanabara para se alimentar e criar os filhotes. Podem ser vistos se deslocando, perseguindo peixes, surfando as marolas produzidas pelos barcos e dando saltos. A espécie pode ser encontrada desde o litoral catarinense até a América Central.
De acordo com boletim publicado pelo Instituto Estadual do Ambiente, dos 15 municípios que compõe a baia de Guanabara, Niterói é o que apresenta o melhor percentual de tratamento dos resíduos sólidos: 95%. Já o Rio de Janeiro e Belford Roxo, tratam menos da metade dos seus esgotos. Nas demais cidades, o tratamento dos resíduos atinge no máximo 10% de todos os despejos.
Desde 1995, o Laboratório de Mamíferos Aquáticos e Bioindicadores da Universidade Estadual do Rio de Janeiro estuda a população de botos da Baía de Guanabara usando a foto identificação. Esta técnica permite identificar cada boto por meio de fotos das marcas naturais presentes em sua nadadeira dorsal. As marcas funcionam como impressões digitais, pois cada boto possui um padrão diferente.
Fonte: Agência Brasil