Search

Anuncie

(21) 98462-3212

Santuário de raias gigantes é descoberto nas águas do Parque Nacional de Komodo, na Indonésia

Foto: Canvas

As raias gigantes (Mobula birostris) – conhecidas como raias jamanta ou mantas gigantes – são alguns dos peixes mais emblemáticos do oceano. Suas barbatanas peitorais, que se parecem muito com asas enquanto nadam, podem chegar a nove metros de ponta a ponta.

Esses gigantes gentis, que atingem até duas toneladas de peso, têm poucos predadores naturais, mas a pesca excessiva colocou a espécie na lista de ameaçadas da União Internacional para a Conversação da Natureza (IUCN). As fêmeas levam de 10 a 15 anos para se tornarem sexualmente maduras e só se reproduzem a cada poucos anos, produzindo um filhote de cada vez, então a recuperação da população é bastante lenta. Para proteger melhor a espécie, os cientistas precisam saber mais sobre seu comportamento, dados que podem ser difíceis de coletar devido às grandes distâncias que os peixes percorrem regularmente.

Um estudo científico publicado recentemente no periódico PeerJ revelou que as águas do Parque Nacional de Komodo, na costa da Indonésia – onde é ilegal pescar manta gigantes desde 2013 – abrigam uma grande agregação desses animais marinhos. Os pesquisadores conseguiram identificar mais de 1.000 indivíduos graças a fotos de mergulho de cientistas e turistas.

O padrão na parte inferior (manchas e pintas no ventre) de uma manta gigante é tão distinto quanto as impressões digitais em seres humanos, permitindo que os cientistas as diferenciem, obtendo mais informações sobre o movimento e o comportamento de cada raia. Os pesquisadores foram capazes de identificar locais comuns para alimentação e acasalamento, que podem fornecer diretrizes para melhor protegê-las do impacto humano.

Maior espécie de raia do mundo

A Mobula birostris é a maior espécie de raia do mundo e foi descrita em 1792 pelo ictiólogo alemão Johann Julius Walbaum. Segundo informações do projeto Mantas do Brasil, as manchas e pintas ventrais, apesar de poderem sofrer uma intensificação de coloração ao longo da vida de cada indivíduo, não sofrem alterações ao longo de sua vida, permitindo que sejam catalogados por meio do processo de Foto Identificação, ou seja, permitindo a criação do “RG” de cada animal.

Essas gigantes marinhas ostentam coloração sempre negra em seu dorso. A coloração mais comum, também conhecida como “chevron”, é branca no ventre, com as bordas das imensas nadadeiras peitorais cinza. Essas bordas cinzas é que são chamadas de “chevron”, o que deu o apelido à coloração comum. Em seu ventre (entre o último par de fendas branquiais e o início dos órgãos reprodutivos) é que estão localizadas as manchas e pintas, em tons de cinza até o preto, que permitem aos biólogos a identificação de cada animal.

Muito embora se alimentem de plâncton e pequenos peixes filtrados da coluna d´água, sem qualquer processo de mastigação do alimento, cada indivíduo possui de três a quatro mil micro dentículos em sua mandíbula inferior. A utilização conhecida desses milhares de micro dentículos está restrita ao processo de acasalamento, durante o qual o macho morde a asa esquerda da fêmea, induzindo-a a um estado de imobilidade tônica.

Apesar de as raias mantas impressionarem com suas dimensões e velocidade de natação, esses são seus únicos meio de defesa, pois não possuem ferrão ou espinho.

Seu cérebro é o maior entre todas as espécie de peixes do mundo, mesmo se considerada a proporção ao tamanho de seu corpo.

São animais de vida longa, podendo viver mais de 40 anos, mas sua expectativa média de vida gira em torno dos 20 anos.

Classificação científica:

Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Chondrichthyes
Ordem: Myliobatiformes
Família: Myliobatidae
Gênero: Mobula
Espécie: M. birostris