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Todos os polvos são sensíveis, mas nem todos são necessariamente inteligentes, revela estudo

Os polvos são moluscos da classe Cephalopoda, da ordem Octopoda (com oito pés). Foto: Pixabay

Documentários de mergulho oceânico já podem já ter apontado a inteligência dos polvos. Na verdade, esses moluscos são conhecidos por serem criaturas sencientes, ‘mestres da camuflagem’ e solucionadores de problemas.

No entanto, pesquisadores do Brain Institute da University of Queensland afirmam que esse não é exatamente o caso de todos os polvos. Uma ressonância magnética do cérebro dos octópodes revela que esses cefalópodes espertos não eram tão espertões afinal, dadas as circunstâncias desfavoráveis.

O autor principal do estudo científico, Dr. Wen-Sung Chung, e sua equipe compararam a estrutura e função do cérebro de três espécies de polvos e algumas lulas-vampiro-do-inferno (Vampyroteuthis infernalis) usando a máquina de ressonância magnética do instituto. Eles então descobriram que o sistema nervoso central do cefalópode é distinto e sua heterogeneidade está “ligada a hábitos e habitats.”

A equipe relatou na revista Current Biology que os cérebros lisos dos cefalópodes são bastante difíceis de manter intactos, mas suas imagens 3D foram capazes de revelar que essas criaturas têm cérebros como os dos mamíferos menos inteligentes. No entanto, seus cérebros funcionam de maneira diferente dependendo de suas ecologias.

O Dr. Chung destacou que os polvos que vivem em águas profundas têm cérebros lisos como marsupiais e roedores, sendo adequados para um estilo de vida lento em um ambiente relativamente simples, com interações animais limitadas.

Enquanto isso, polvos que vivem em ambientes complexos como recifes têm cérebro significativamente maior com algumas partes semelhantes a primatas. Essas criaturas são mais propensas a adaptar um comportamento adequado a situações de mudança rápida e ambiente bem iluminado.

“Esses polvos têm alguns comportamentos extremamente complexos não conhecidos em outros polvos”, disse o Dr. Chung.

Todos os polvos são predadores. Foto: Pexels

“Por exemplo, a caça colaborativa com peixes de recife foi registrada, onde o polvo geralmente lidera e a truta coral se junta procurando ativamente a presa ou oportunisticamente arrebatando pequenos organismos expelidos pelo polvo”, completou.

De acordo com o pesquisador, a capacidade de receber e responder a gestos entre diferentes espécies, como parte da caça colaborativa, demonstra que as espécies de polvos têm habilidades cognitivas complexas.

Esse comportamento entre os polvos era raro de ser filmado, mas já foi testemunhado desde o Mar Vermelho até a Grande Barreira de Corais, na Austrália.

Fonte: Natural World News