Cientistas afirmam, em um novo estudo, que o tráfego de navios está ameaçando o ecossistema marinho intocado da Antártida. A pesquisa foi publicada na revista Proceedings of the National Academy of Sciences of the United States of America (PNAS).
Movimentos de navios relacionados à pesca, turismo, pesquisa e abastecimento expõem o continente antártico a impactos humanos. Até agora, apenas estimativas aproximadas ou informações específicas do setor estavam disponíveis para informar a política baseada em evidências para mitigar a introdução de espécies marinhas não nativas.
O Oceano Antártico Austral suporta uma biota única (conjunto de seres vivos) e representa a única região marinha global sem invasões biológicas conhecidas. No entanto, as mudanças climáticas estão removendo as barreiras fisiológicas a possíveis espécies invasoras não nativas, e o aumento das atividades dos navios está aumentando a pressão.
“Eles podem criar habitats inteiramente novos que tornariam mais difícil para esses incríveis animais antárticos encontrarem seu próprio lugar para viver”, disse o pesquisador principal Arlie McCarthy, da Universidade de Cambridge, na Inglaterra.
As visitas de navios são mais de sete vezes maiores para a Península Antártica (especialmente a leste da Ilha Anvers) e as Ilhas Shetland do Sul do que em outros lugares ao redor da Antártida, somando 88% das visitas às ecorregiões do Oceano Antártico.
A conservação bem-sucedida de espécies e ambientes icônicos da Antártida depende tanto da mudança climática quanto do impacto humano direto e localizado.
Através deste estudo, os pesquisadores identificaram portos fora da Antártida onde as intervenções de biossegurança poderiam ser implementadas de forma mais eficaz e os locais antárticos mais vulneráveis onde deveriam ser estabelecidos programas de monitoramento para invasores de alto risco.
Fonte: informações das agências de notícias