Um estudo científico realizado por pesquisadores de Portugal, que analisou 217 animais domésticos, apontou que os gatos são mais propensos a ter sintomas de covid-19 e os cães podem atingir a carga viral mais alta. Até o momento não há evidência de que estes bichos possam infectar humanos. O relatório também apontou que cães e gatos podem ser infectados com o SARS-CoV-2 ao estarem em contato com humanos contaminados.
“Digamos que estamos perante uma zoonose reversa”, explica Isabel Fidalgo-Carvalho, pesquisadora no Centro de Pesquisa Vasco da Gama, em Coimbra, em Portugal, e uma das autoras do estudo publicado na Microorganisms (Leia AQUI).
“É que já estávamos estudando o vírus em animais com a capacidade de infectar outras espécies. O foco da nossa análise eram os cavalos, mas dada a maior proximidade de cães e gatos com humanos, optamos por ajustar a pesquisa”, complementou.
A explicação para este contágio no sentido inverso, explica, parece assentar nos confinamentos, em que os animais foram o grande apoio de muitas pessoas – e isso pode ser revelado um momento propenso para passagem do vírus dos tutores para os animais.
Assumindo que, segundo os dados recolhidos, os gatos são mais propensos a ser contaminados, mas os cães conseguem transmitir cargas mais altas do vírus, Isabel Fidalgo-Carvalho faz questão de destacar que o foco da pesquisa é “proteger os animais” – não recomendando, portanto, qualquer isolamento de animais domésticos, muito menos que os tutores os abandonem. “O que pudemos constar, nestes casos, é que são os bichos que correm maior risco”.
Fonte: Público.pt