A vacinação contra a Covid-19 ajudou a elevar a quantidade de pirarucu pescado com manejo sustentável na região do Médio Solimões, no Amazonas.

Assustados com a crise sanitária no estado, um dos mais atingidos pelo novo coronavírus, parte das comunidades que vivem do manejo da pesca se isolou em 2020, em especial, os mais velhos, como explicou o coordenador dos projetos de manejo da pesca do Complexo de Lagos do Pantaleão, Raimundo Queiroz.

A pesca com manejo é uma técnica que estabelece cotas para retirar o peixe dos rios de forma a não colocar os animais em risco de extinção.

Em 2020, os pescadores dos municípios que fazem parte das reservas Mamirauá e Amanã, no Amazonas, conseguiram pescar 85% da cota estabelecida para o Pirarucu, que é a principal espécie comercializada na região. Já em 2021, com o avanço da vacinação, os pescadores chegaram a vender 94% da cota prevista para o ano, fazendo o faturamento chegar a 3 milhões e 500 mil reais para as cerca de 950 pessoas que trabalham com o manejo da pesca.

A coordenadora do Programa de manejo do Instituto Manirauá, entidade que fornece assistência técnica aos pescadores, Ana Cláudia, ressaltou que o faturamento só não foi maior porque a pesca de outras espécies, como o tambaqui, foi prejudicada pelo surgimento da doença de Hall, conhecida como doença da urina preta.

Com a superação do surto da doença da urina preta, e o aumento da cota para o Pirarucu de 9 mil para 13 mil peixes que podem ser extraídos das reservas neste ano, a expectativa é aumentar ainda mais a renda dos pescadores do Médio Solimões.

Fonte: Agência Brasil