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A ideia de montar um aquário comunitário, cheio de cores e espécies diferentes, é o sonho de todo aquarista. No entanto, o que começa como um belo projeto pode rapidamente se transformar em um caos se a compatibilidade entre os peixes não for levada em conta. Muitos iniciantes cometem o erro de escolher os peixes apenas pela beleza, sem considerar o temperamento, o tamanho e as necessidades de cada espécie. O resultado é, infelizmente, estresse crônico, agressão e, em muitos casos, a morte dos animais mais fracos.
Felizmente, essa dor pode ser evitada com um bom planejamento. A chave para um aquário harmonioso é entender que nem todos os peixes podem viver juntos. Neste artigo, vamos explorar os principais fatores de compatibilidade, as regras de ouro para a escolha das espécies e os erros mais comuns. A partir de agora, você terá as ferramentas para criar um ambiente equilibrado e seguro para todos os seus peixes.
Os tipos de temperamento
O temperamento é o fator mais importante na hora de escolher os habitantes do seu aquário. Classificar os peixes por tipo de comportamento pode te ajudar a montar um ecossistema equilibrado.
- Peixes pacíficos: são ideais para aquários comunitários e convivem bem com outras espécies de temperamento similar. Eles não costumam perseguir ou morder os outros. Exemplos incluem o Neon Tetra (Paracheirodon innesi), a Coridora (Corydoras spp.) e o Platy (Xiphophorus maculatus).
- Peixes semi-agressivos: podem ter comportamentos territoriais, principalmente em aquários pequenos, ou quando estão se reproduzindo. Podem morder as nadadeiras de peixes mais lentos. O Acará-bandeira (Pterophyllum scalare) e o Tubarão-cauda-vermelha (Epalzeorhynchos bicolor) são exemplos comuns.
- Peixes agressivos: são territoriais e podem atacar e até matar outros peixes, especialmente os menores. Devem ser mantidos apenas com espécies de mesmo temperamento e, de preferência, em um aquário próprio. O Oscar (Astronotus ocellatus) e o Jack Dempsey (Rocio octofasciata) se encaixam nesta categoria.
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Regras de ouro para a escolha
A seguir, algumas regras básicas que você deve sempre seguir para evitar problemas de compatibilidade:
- Tamanho é vital: peixes grandes tendem a ver os menores como alimento. Nunca misture peixes que possam caber na boca de um predador. Por exemplo, um Acará-bandeira (Pterophyllum scalare) adulto pode facilmente comer um Neon Tetra (Paracheirodon innesi).
- Temperamento é fundamental: não tente misturar peixes pacíficos, como a Coridora (Corydoras spp.), com espécies agressivas, como o Oscar (Astronotus ocellatus).
- Cuidado com o Betta: o peixe Betta (Betta splendens) macho é conhecido por sua agressividade e não pode ser mantido com outros machos da mesma espécie.
Exemplos de boas e más combinações
Para ilustrar o que funciona e o que não funciona, veja alguns exemplos de combinações comuns:
- Boa combinação: um aquário de Neons (Paracheirodon innesi), Coridoras (Corydoras spp.) e Tetras-Mato-Grosso (Hyphessobrycon eques). Todos são pacíficos e convivem bem.
- Má combinação: misturar um Tubarão-cauda-vermelha (Epalzeorhynchos bicolor) com um Beta (Betta splendens). O Tubarão-cauda-vermelha é semi-agressivo e territorial, o que pode causar estresse no Beta, que é mais lento. Outro erro comum é colocar o Jack Dempsey (Rocio octofasciata) com peixes pequenos, que serão atacados.
Lembre-se, o sucesso de um aquário comunitário depende de pesquisa e planejamento. Ao escolher seus peixes, sempre leve em conta o temperamento, o tamanho adulto e as necessidades de cada espécie. Um aquarista consciente evita o sofrimento dos animais e desfruta de um aquário harmonioso por muito mais tempo.
Por MB.
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