As abelhas melíferas são responsáveis pela produção do mel – o mais antigo adoçante natural que se tem conhecimento. Esses simpáticos insetos pertencem à ordem Hymenoptera, mesmo grupo das formigas e das vespas.
Uma colmeia de melíferas pode ter em média 70 mil abelhas, que se dividem em três classes: as operárias, que providenciam a alimentação; a rainha que põe ovos; e o zangão, que acasala com a rainha. Uma colônia de tamanho médio compreende uma rainha, cerca de cem zangões e mais ou menos 75 mil operárias.
Um dos insetos mais importantes para o homem
É um dos insetos mais importantes para o homem, pois seus produtos são de grande utilidade como o mel, o própolis, a geleia real e a cera. Além de promoverem o importante papel na reprodução das plantas, através da polinização. Pois é, muitas plantas não existiriam sem a presença das abelhas melíferas.
Por serem insetos milenares e muito inteligentes, as abelhas melíferas despertam algumas curiosidades, que são explicadas pelo pesquisador em abelhas e polinização, Luis Fernando Wolff, o qual vem se dedicando há anos em pesquisas sobre a cultura do mel na Estação Experimental de Cascata, da Embrapa Clima Temperado em Pelotas, no Rio Grande do Sul.
Ferroada: ferrão e apitoxina
A abelha é um animal pacífico, mas quando se sente ameaçada pode atacar. Ao ferroar um invasor, a abelha deposita o ferrão em uma bolsa de veneno, chamada de apitoxina. Esse veneno possui um componente químico e um componente biológico.
“O componente biológico que é à base de enzimas, o corpo humano reconhece e cada vez reage menos, já o componente químico faz a picada arder e o local inchar sempre”, explica Luis Fernando Wolff. Mas a apitoxina também possui um fator positivo do ponto de vista da saúde para o ser humano, pois ela pode ser utilizada no tratamento de artrites, dores reumáticas, e outros problemas de circulação.
Wolff salienta que existem pomadas fabricadas a base de apitoxina, e também cosméticos de alto desempenho que substituem o ácido botulínico utilizado na aplicação de botox (ácido que causa um inchado celular que diminui as linhas de expressão), pois causa um alívio nas marcas durante algumas horas, e é muito menos impactante que a aplicação de botox.
Abelhas não preferem o próprio mel
Existe uma música que diz “quando o mel é bom, a abelha sempre volta”, mas não é bem assim que as coisas funcionam em uma colmeia. Wolff explica que quando uma abelha rouba mel ou busca por algo doce, ela está desesperada por alimento. “Isso acontece no período de entressafra, quando há uma ausência de flores. E não interessa se o mel é bom ou ruim, nesse período ela busca qualquer coisa, pode ser até um copo de refrigerante. No momento que voltarem as flores, ela volta a se alimentar do néctar”, finaliza o pesquisador.
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Fonte: Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento)