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Timidez canina: causas e como lidar

A timidez canina pode ser hereditária ou causada por algum trauma. Fotos: Canvas

Quando chega uma visita no apartamento da professora Rosemery Dias, o “poodle-lata” Thor, de 3 anos, sai correndo e se esconde. “Ele se treme todo com qualquer situação estranha e fica muito desconfiado quando vê uma pessoa que não é da família”, conta. Essas características apontam um problema típico humano, que também pode afetar os cães: a timidez.

“De uma forma geral, alguns animais podem apresentar alterações comportamentais de forma bastante diversificada, sendo a mais ocorrente, aqueles animais que demonstram medo de tudo, desconfiança, insegurança, afastamento, que, aos olhos das pessoas, compara-se a timidez”, explica o veterinário André Mello, colunista da seção “Fale com o Vet” e proprietário da Clínica Veterinária Estética Canina Vet Center.

A timidez canina pode ser hereditária ou causada por algum trauma, como por exemplo, uma emoção forte ou ruim. “Na verdade, esse comportamento pode estar ligado a diversas situações, como falta de convívio com seres humanos, maus-tratos, abandono e etc.”, observa o veterinário.

O histórico de Thor, indica que ele possa ter sofrido maus-tratos ante de ele ser adotado por Rosemery. “Ele foi resgatado por protetores no canteiro de uma obra, quando tinha uns 3 meses, e foi levado para a Suipa (Sociedade União Internacional Protetora dos Animais, localizada em Benfica, na zona norte do Rio), onde o adotei. Desde filhotinho ele se mostrava muito medroso, com medo do contato das pessoas. Se alguém demonstra que quer tocá-lo, fazer um carinho, ele quer correr e se esconder”, conta a tutora do cãozinho.

A timidez canina desenvolvida por algum trauma pode ser um grande desafio para ser resolvido, mas tem grande potencial de melhora ou até mesmo de cura, como explica o veterinário André Mello: “Alguns animais podem responder rapidamente, outros mais tardiamente e alguns não responderem às diversas formas de tentar resolver tal problema. São várias as tentativas para encontrar soluções, como por exemplo, fazer aos poucos uma aproximação com petiscos e agrados, demonstrar carinho e amizade ou até mesmo contratar um bom adestrador pode ser uma boa opção.”

O tutor tem um grande papel nesse processo. “Assim como os seres humanos tímidos, os animais também encontram certas dificuldades para se socializar e superar os obstáculos da vida. Torna-se uma tarefa árdua lidar com esse comportamento, mas, com uma boa dose de boa vontade, carinho e perseverança do tutor, os desfechos acabam sendo surpreendentes, satisfatórios e, às vezes, bem emocionante”, finaliza André.

Ainda filhotes, os cães devem ser apresentados a diferentes sons para que percam o medo do barulho

Timidez hereditária

Os tutores devem ser mais pacientes no caso de a timidez de seu cachorro ser hereditária (transmitida geneticamente pelos pais). Não há cura. O animal não deve ser isolado de todos por causa disso. Mas, sim, deve-se apresentá-lo às coisas e às situações diferentes com muita paciência. Alguns tutores se irritam facilmente e acabam piorando a situação. Portanto, tenha paciência. A timidez de origem hereditária acompanhará o cão para o resto da vida . Além disso, ele poderá passar essa característica para seus descendentes.

COMO AGIR COM O CÃO TÍMIDO

É preciso ser muito cauteloso com cães tímidos e sensíveis. Qualquer ensinamento deve ser feito de forma delicada e é importante elogiar o animal quando ele acertar. Outro erro é isolar o cão do convívio com outras pessoas e animais. Mesmo que o pet tenha medo de sair, ele deve passear e conhecer novos lugares.

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