Há quem diga que os gatos têm sete vidas. Mas, é claro, trata-se de um dito popular a cerca dos intrépidos felinos e, no dia a dia, a realidade é que eles não estão isentos dos perigos. Há inúmeras ameaças às quais um gato está exposto, principalmente se o bichano tem o hábito de sair de casa.

Pode acontecer de o pet, por exemplo, ingerir algum produto químico ou planta tóxica, se ferir em uma briga com outro animal, sofrer uma queimadura, uma queda, entre outros riscos. Por isso, é sempre válido saber alguns dos procedimentos de primeiros socorros, muitos dos quais podem salvar a vida do mascote, caso não dê tempo de esperar a chegada do veterinário.

Emergências mais comuns e o que fazer:

QUEDA. Os gatos, com frequência, são vítimas de quedas mais ou menos graves, principalmente aqueles que moram em apartamentos em andares mais elevados. Eles podem cair, por exemplo, ao tentar pegar uma borboleta ou um passarinho. Por isso é tão importante telar as janelas. Se o bichinho sofreu uma queda, remova-o com cuidado, movimentando-o o mínimo possível. Coloque-o em superfície rígida, como um pedaço de madeira, de forma que simule uma maca. Leve o animal ao veterinário imediatamente para que ele avalie a extensão das lesões.

ENGASGO. Se o gatinho estiver engasgado, olhe dentro de sua boca e procure um corpo estranho visível. Se encontrá-lo, remova-o com bastante cuidado, utilizando uma pinça longa, devidamente higienizada. Tenha cuidado para não empurrar o objeto mais para dentro da garganta e, se continuar alojado e imóvel, coloque o animal deitado de lado e faça uma leve pressão na altura das costelas com a palma da mão, três ou quatro vezes. Repita, se necessário, até seu deslocamento. Engasgo com corpo estranho, alimento, vômito e água são os mais comuns.

FERIDAS. Se o seu gato não é castrado, possivelmente ele tem o hábito de sair de casa. E nesse caso, há um grande risco de ele voltar com feridas – superficiais ou graves – devido a brigas com outros felinos. Dependendo das lesões, pode ser necessário levá-lo imediatamente ao veterinário. Em todo caso, recomenda-se cortar ou raspar os pelos ao redor da ferida, lavar bastante com água fria, desinfetar e cobrir com uma gaze a região afetada para evitar infecções.

Os cuidados com uma ferida grave, efetuados em casa, são muito úteis antes de uma intervenção médica urgente. Se o gato foi mordido, chocou-se contra um veículo ou foi ferido e ele sangrar muito, antes de qualquer coisa é preciso estancar a hemorragia. Aproxime-se com cuidado para não assustá-lo e use um pano limpo se ele se debater. Aplique em seguida uma gaze ou pano limpo embebido em soro fisiológico sobre o local e pressione fortemente por alguns minutos. Faça uma bandagem compressiva e, sem perder tempo, leve-o ao veterinário.

AFOGAMENTO. Os gatos não gostam muito de água, mas sabem nadar se as circunstâncias exigirem – como cair na piscina, por exemplo. Atenção: O afogamento pode ocorrer se o animal não conseguir sair da água sem ajuda. Se você retirar da água um gato que está se afogando, suspenda-o de cabeça para baixo, pelas patas traseiras, para eliminar a água de seus pulmões. Respiração artificial e massagem cardíaca podem ser necessárias, bem como, evidentemente, a intervenção do veterinário.

INSOLAÇÃO. Casos de insolação são mais frequentes em cães. Os gatos suportam melhor as variações de temperatura, mas podem sofrer, por exemplo, se ficarem presos em um veículo exposto ao sol. Ou ainda estarem vestidos com uma roupinha ou fantasia muito quente e expostos ao calor por horas a fio – acompanhando o tutor em um desfile de bloco carnavalesco, por exemplo. A temperatura do corpo do animal se eleva rapidamente a 41° C e é preciso agir com urgência para fazê-la cair. Transporte o gato na sombra, enrole-o em um pano úmido e molhe-o com água fria antes de levá-lo com a máxima urgência ao veterinário.

QUEIMADURAS. Na cozinha, os gatos correm sempre o risco de se queimar com água ou óleo ao derrubarem uma panela ou frigideira no fogo, ou ainda de se queimar gravemente saltando sobre uma chapa ainda quente. Em caso de queimaduras leves, banhe a pata em água fria antes de aplicar uma gaze sobre a lesão.

Em caso de queimadura extensa, um tratamento imediato no veterinário é vital. Não aplique nenhuma substância no local, mas cubra-o com um pano úmido para atenuar a dor.

A importância de manter a calma

Em momentos de emergência, é importante manter a calma e tentar controlar a ansiedade, evitando movimentos bruscos ou gestos que possam causar mais estresse ao gato.

É fundamental ter cuidado e manter o rosto a uma distância segura, para evitar o risco de ser puxado ou arranhado devido a uma reação agressiva do animal, devido ao seu estado de estresse e nervosismo.

E reforçando: mesmo que você preste os primeiros socorros ao seu pet, é necessário levá-lo ao veterinário para a devida avaliação e tratamento das lesões.

Por MB.
Texto com supervisão do veterinário Ernani de Castilho.

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