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Existem centenas de espécies de besouros, mas uma, em especial, causa curiosidade e fascínio ao chegar da noite. É o vagalume (Lampyridae). Reunidos aos milhares, esses insetos ficam piscando sem parar, dando a impressão de serem pequenas estrelas voadoras.
No mundo há, aproximadamente, duas mil espécies, sendo que cerca de 500 podem ser encontradas por Brasil. Os vagalumes são classificados em três famílias: os lampirídeos ou pisca-pisca (besouros que têm um estágio larval de cerca de um ano e fase adulta de apenas um mês), os elaterídeos (besouros conhecidos como tec-tec, com estágio larval de até dois anos e adulta de até dois meses) e os fengodídeos ou larvas trenzinho (vagalumes mais raros e com pares de órgãos emissores de luz ao longo do corpo).
Essa luminosidade é chamada de bioluminescência e também é produzida por outros tipos de insetos, algas, anelídeos (vermes), artrópodes (animais de corpo segmentado e pés articulados, como as aranhas), bactérias, celenterados (certos seres que vivem no mar), fungos e alguns peixes. Mas os vagalumes são os mais conhecidos por isso.
“A luz produzida pelo organismo do inseto é resultado de uma reação bioquímica. Ocorre uma combinação de moléculas que resulta em energia luminosa e sem produção de calor, chamada de luz fria. Portanto, não há risco de uma pessoa se queimar se tiver contato com um vagalume”, explica o biólogo molecular Tássio de Lima Fraga.
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As luzes dos vagalumes têm diferentes cores, que oscilam do verde-amarelado ao vermelho. E essa luminosidade pode ter várias finalidades. “Nos insetos adultos, facilita a atração sexual. O ‘pisca-pisca’ é um código para atrair o sexo oposto. Mas a luz também pode ser usada como defesa ou para atrair presas como cupins, mariposas e formigas”, diz o biólogo.
As noites quentes e úmidas são as preferidas dos vagalumes. Mas dificilmente esses insetos podem ser vistos nos grandes centros urbanos. É que a iluminação artificial, por ser mais forte, anula a bioluminescência, interferindo no processo de reprodução da espécie e deixando-a em risco de extinção.
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Arthropoda
Classe: Insecta
Ordem: Coleoptera
Infraordem: Elateriformia
Superfamília: Elateroidea
Família: Elateridae, Phengodidae e Lampyridae
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