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Galinhas ganham espaço como mascotes

Do interior para a cidade grande, galos e galinhas ganham espaço como animais de companhia.
Foto: Pixabay

Os bichos de pena estão com tudo e agora chegou a vez de as galinhas conquistarem seu espaço como mascotes. Tem gente, como o mestre de obras Denizard Breja, 62 anos, que tem galos e galinhas fazendo sucesso no quintal de casa, como bichos de estimação. “Gosto muito de bichos, em especial, de aves e herdei o gosto por criação de galinhas de meu avô, que me criou na roça. Tenho galinha que atende até pelo nome”, conta o criador da raça caipira.

Na casa do projetista Vitor Quintanilha, 41 anos, quem canta de galo é o Chicão, de 2 anos, da raça índio gigante, que pode passar de 1 metro de comprimento. “O Chicão é a sensação no meu sítio. Apesar de grande (cerca de 90 cm de comprimento, da unha do pé ao bico), ele é manso e se deixa pegar no colo. É um grande companheiro, quer ficar perto da gente, ele vai onde eu vou, atende quando chamado e se não gosta da visita, faz bico e coloca para correr”, brinca.

Já o aposentado Plínio de Azevedo, 67 anos, é apaixonado por galinhas d’angola. “Tenho mais de 10 em minha chácara, em uma região de mata, além de galinhas das raças caipira e Brahma. Mas as galinhas d’angola são minhas xodós. Elas ficam o dia todo cantando ‘tô fraco’ tô fraco’ e são bem graciosas. Também são ótimas para caçar cobras e escorpiões”, diz.

De acordo com o biólogo Maurício Terra Júnior, galos e galinhas podem ser bons bichos de estimação para quem busca um pet diferente. “São animais dóceis e sociáveis, mas o temperamento vai depender do cuidado, do carinho e da dedicação dos tutores. Desde filhote a ave precisa ser acostumada a interação com as pessoas. Mas, não espere da ave um comportamento igual ao de um cachorro”, explica.

As galinhas d’angola andam em bando e têm um canto característico: ‘tô fraco, tô fraco’. Foto: Pixabay

As galinhas são comumente criadas em fazendas, sítios e casas com quintal. Mas, também é possível ter uma penosa como bicho de estimação em um apartamento. Desde, é claro, que haja um espaço adaptado para suas necessidades e com um canteiro de grama para pisar. Se optar por um galo, lembre-se que eles cantam – e alto -, o que pode ser baita um problema na vizinhança. “Não recomendo ter um galo em apartamento, por mais espaçoso que seja. Imagina o bicho cantando às 4h30 da manhã?”, comenta o biólogo.

RAÇAS ORNAMENTAIS E POPULARES

Existem mais de 2,6 mil raças de galinhas no mundo, segundo a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO). Muitas se destacam pela aparência bastante exótica, chamativa e fofa – além de ótimas poedeiras (produtoras de ovos). Conheça algumas raças:

Também chamada Silkie Chicken, a raça Sedosa tem origem chinesa. Foto: Canvas

SEDOSA. Também chamada Silkie Chicken, tem origem chinesa e se destaca pela aparência pomposa, com tufos de penas na cabeça e pernas. É considerada, inclusive, a galinha mais “fofa” do mundo, sendo muito presente em exposições de aves ornamentais.

ÍNDIO GIGANTE. Raça de galo doméstico desenvolvida no Brasil, é a de maior tamanho e está entre as aves de maior peso no mundo. Passa facilmente de 1 metro de altura.

GARNIZÉ. De ascendência asiática, é também conhecida como galinha-da-índia, galinha-da-costa, galinha-do-reino, galinha-anã ou galinha-miniatura. Sua fase adulta começa entre 3 e 4 meses, sendo um galo para cinco galinhas e cada uma põe, em média, 150 ovos por ano.

BRAHMA. Raça asiática, tem origem na Índia. As pernas e os pés, até os dedos do meio, são emplumados. O galo pesa de 5 a 7 kg e mede de 60 a 80 cm de altura. A fêmea pesa de 4 a 5 kg e produz de 120 a 150 ovos por ano.

GALINHA D’ANGOLA. Angolinha, coca, guiné, tô fraca… É conhecida por muitos nomes, em diferentes regiões do país. Nativa da África, foi trazida para cá pelos colonizadores portugueses na época da escravidão, para ser utilizada na produção de carne, de ovos e também para ser criada como ave ornamental. Existem três tipos: a branca, a cinza-azulada e a pintada (a mais popular).

O topete da galinha polonesa impressiona. É arredondado, grande e arrepiado. Foto: Canvas

POLONESA. Se existisse um concurso de galinhas com o topete mais, digamos, lacrador, a galinha polonesa certamente seria a campeã. Arredondado, grande e arrepiado, de fazer inveja a um vocalista de banda punk, o topete de penas é a maior característica dessa ave ornamental, de origem europeia, que vem ganhando cada vez mais espaço como pet de estimação.

Dona galinha e seus pintinhos: o período de incubação de ovos é de 21 dias. Foto: Canva

DICAS PARA CRIAR

INSTALAÇÕES. Galinhas podem ser criadas soltas no terreno, em galinheiros ou galpões. Mantenha uma ou duas aves por metro quadrado. O galinheiro deve ter bebedouro, comedouro, poleiros e paredes pintadas com cal (ajuda na limpeza do ambiente). Já em apartamento, atente-se ao piso: é necessário que o local escolhido tenha um canteiro de grama para a ave pisar, como uma varanda, senão desenvolvem calos. Não deixe a ave exposta às lâmpadas da casa até muito tarde, pois isso pode estressá-la.

ALIMENTAÇÃO. Milho, ração industrializada e hortaliças. Não dê restos de comida caseira para as aves!

NINHO. Deve ser forrado com palha de arroz, de milho ou maravalha de pinus.

POLEIROS. Devem ficar a 40 cm de altura do solo.

SAÚDE. As galinhas devem ser vacinadas e vermifugadas a partir do primeiro dia de vida. É necessário manter aves novas sob quarentena, antes de serem introduzidas no galinheiro.

REPRODUÇÃO. O ideal é manter um galo para cada 10 galinhas. O período de incubação dos ovos é de 21 dias e os pintos só devem ser alimentados a partir do segundo dia de vida. As galinhas vivem, em média, 13 anos.

HIGIENE. As trocas de água e de ração devem ser diárias. Faça uma limpeza completa no galinheiro pelo menos uma vez por mês. Os forros dos ninhos e do piso devem ser trocados e os poleiros raspados.

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