Você já se perguntou por que alguns gatos se comportam tão tranquilamente em um ambiente e, em outros, parecem excessivamente nervosos? Muitos tutores atribuem isso à personalidade do gato, mas a resposta pode estar na forma como o bichano foi socializado.

Se você quer um gato amigável e brincalhão com todos, é importante começar o processo de socialização o mais cedo possível, logo após o desmame até cerca de 16 semanas de vida. Mas, também é possível socializar um gato mais velho, apesar de ser um desafio mais difícil.

“O essencial nesse processo é o tutor ter paciência e carinho para ganhar a confiança do bichano. Quando isso ocorre, o gato se sente animado, amigável e seguro. Um gato que não é socializado pode ser muito tímido, medroso, arredio ou até mesmo agressivo. Portanto acostume-o, desde os primeiros contatos, a ser pego no colo, fazendo com que ele perceba que está seguro em seus braços”, ensina o veterinário Ernani de Castilho.

Para pegar o animal da maneira correta, com uma das mãos apoie o bumbum e a outra a parte de cima do corpo. O filhote deve ser manuseado com bastante cuidado para evitar que se machuque. No caso do gato adulto, deve-se evitar que ele se sinta pendurado, sem sustentação. Dê uma base firmando com uma das mãos por baixo e pegue as duas patas dianteiras com a outra, de modo que o animal se sinta bem seguro.

Quando estiver com o gato no colo, faça carinhos no alto da cabeça e fale com ele com voz calma. Se o bichano começar a ficar agitado, respeite-o e solte-o imediatamente. Diariamente, procure dedicar pelo menos 30 minutos para brincar e interagir com ele.

Estimule-o a brincar: pegue um barbante e balance para ele pegar, faça bolinhas de papel, use bolinhas de pingue-pongue, novelo de lã, varinha com penas ou penduricalhos na ponta. “Os gatinhos até se divertem mais com os brinquedos improvisados, com bolinhas de papel e cadarço. Brinque com ele várias vezes ao dia. Mas, se ele ficar agressivo durante as brincadeiras, dê um “NÃO” firme, pare e se afaste. Mas, não grite com o gato, nem bata nunca no animal. Isso apenas irá aumentar seu medo e desconfiança”, diz o veterinário.

Faça com que o gato se acostume à presença das demais pessoas da casa e das visitas. Mas não force o contato, deixe-o se aproximar por si mesmo. Quanto mais ele for tocado pelo tutor e pelas demais pessoas da casa, mais ele se habituará ao toque e será mais sociável. E pode ter certeza: um gato sociável é um gato mais feliz.

MAIS DICAS

BEBÊS FELINOS. Os gatinhos geralmente começam a desmamar com quatro semanas de idade, e o desmame pode durar até 8-10 semanas de idade. Nesta fase, eles estão prontos para deixar a ninhada e começar a receber lições de socialização de sua família humana. Entre as 3 e as 16 semanas de idade eles encontram-se em um período único de aprendizagem de competências e comportamentos. É apenas a hora de ensiná-lo coisas novas, como se acostumar a viajar em uma caixa de transporte ou passar tempo com pessoas diferentes para se adaptar ao lidar com humanos.

SESSÃO DE CARINHOS. Faça uma sessão de carinhos para deixar seu gato relaxado e contente. Os felinos, em sua maioria, gostam de ser alisados ao longo do corpo, no sentido do crescimento dos pelos, no pescoço, entre as orelhas, embaixo do queixo e na base da coluna, perto da cauda, como se fosse uma coceirinha. Quando ele se sentir confortável, pegue-o suavemente. Repita o processo várias vezes ao dia. Ofereça uma guloseima como recompensa por seu bom comportamento. Se o seu gato se tornar agressivo, pare e dê-lhe algum espaço e tempo antes de tentar acariciá-lo novamente. Aumente gradualmente a duração do contato, bem como o nível de interação. Dessa forma, o felino se sentirá mais confortável quando for ao veterinário ou receber visitas em casa.

CAFUNÉ NA PATA. Muitos bichanos gostam que se mexa na palma da pata e entre os dedos. Eles chegam a abrir todos os dedinhos e muitas das vezes ficam se lambendo, como se o tutor o estivesse ajudando a tomar banho. Normalmente, os gatos não gostam de carícias com gestos bruscos que os assustam.

BARRIGA INCOMODA. A barriga é a parte mais sensível do corpo de qualquer animal e a maioria dos gatos se incomoda com carinho nessa região. Alguns até levam na brincadeira, mas que se torna dolorida, pois logo começam a morder a arranhar a mão do tutor.

RON RONS. É fácil perceber quando o gatinho está gostando de receber um cafuné. É só ficar atento aos ron rons baixinhos que eles emitem. Mas, fique atento também aos sinais de que o bichano não quer mais os carinhos. Pare imediatamente se ele der uma leve mordida ou arranhar.

CAIXA DE TRANSPORTE. Um dos pontos fundamentais é ajudá-lo a se sentir confortável em sua caixa de transporte. Isso tornará a viagem, ou uma saída de casa para ir ao veterinário, mais agradável para ele e toda a família. Antes que ele entre na caixa de transporte, apresente uma toalha, alguns de seus brinquedos e petiscos favoritos (como aquela ração pastosa com caldinho que ele ama!). Além disso, para tornar o passeio mais agradável para o seu gatinho, coloque a toalha dentro da caixa. Uma vez que ele esteja dentro, certifique-se de que está confortável e com seus petiscos e brinquedos à vista.

Ao testar em casa, não feche a porta da caixa de transporte, apenas deixe-o explorar. Repita isso diariamente. Quando você perceber que ele pode passar horas dentro de sua caixa de transporte sem reclamar, feche a porta por alguns segundos e dê um petisco ao abrir novamente. Finalmente, tente dar um passeio de carro com seu gato na caixa para ver se você conseguiu.

REFORÇANDO, TENHA PACIÊNCIA. Alguns gatos precisam de mais tempo do que outros, portanto, mantenha-se positivo até que seu bichano comece a confiar em você. Não abandone o processo de socialização em nenhum momento até que ele se sinta confortável e recompense-o com elogios e guloseimas. Nunca grite ou repreenda o pet por seu comportamento antissocial. Apenas diga “NÃO” e vá embora.

Se você sente que seu gato não aceita socializar com outros animais ou pessoas, é aconselhável levá-lo ao veterinário, de preferência um especialista em comportamento animal, para descobrir os motivos.

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