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Ciclídeos mostram quem manda no aquário

Green terror (Andinoacara rivulatus), como o próprio nome diz, impõe terror nos peixes invasores. Foto: Wikemedia commons

No aquário ou no seu habitat natural – rios e lagos da África -, os peixes do grupo ciclídeos africanos deixam bem claro que são os únicos donos do pedaço. E ai do peixe de outra espécie ou predador que tentar invadir o território desses bravos habitantes de água doce. É que o comportamento territorialista e pouco amistoso é típico nos ciclídeos.

“Eles podem até comer peixes de outras espécies e estão sempre dispostos a uma briga. O aquário precisa ter pelo menos 200 litros de água, para que as brigas entre eles não sejam frequentes e fatais”, comenta o criador Daniel Gomes de Lima.

Os ciclídeos africanos provém dos principais lagos do leste africano, o Tanganyika e o Malawi. Ambos têm na formulação da água elevados pH, alcalinidade e dureza como em nenhum outro lugar do planeta. Por isso, a criação em aquário requer atenção especial para ter sucesso. O ideal é manter peixes oriundos de cada lago em recintos separados.

Rudes em relação a seus companheiros de aquário, os ciclídeos também se destacam pela coloração variada e exuberante. “Eles também são muito ativos e é muito interessante observá-los em ação. Eles movimentam-se rápido e costumam se esconder entre rochas. Portanto, na montagem do aquário, é importante colocar rochas aglomeradas para que sirvam de abrigo e para que possam defender seu território”, ensina Daniel.

Esse cuidado também é necessário devido à reprodução e os cuidados intensivos com a prole. Aliás, o comportamento reprodutivo dos ciclídeos é particularmente interessante. Na natureza, há espécies que escondem seus ovos em cavernas ou que criam seus filhotes em buracos que eles mesmos escavaram. Após saírem dos ovos, os peixinhos são defendidos até a morte.

Por causa do comportamento reprodutivo ímpar e os cuidados intensivos com a prole, muitos ciclídeos precisam de possibilidades de esconderijo no aquário. Muitas espécies formam pequenos territórios entre fendas de rochas ou pedras, assim como muitos ciclídeos dos mares orientais africanos. Outras colocam seus ovos em conchas de caramujos vazias. Há ainda outros tipos que usam pedras ou folhas como superfície de postura e também a própria boca como esconderijo para os ovos.

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Dicas de criação:

ESPÉCIES. As mais populares são provenientes do lago Malawi: chipokae, auratus, socolofi e zebras. Do lago Tanganyika: daffodil, leleupis (ciclídeo limão), brevis e frontosas.

ÁGUA. Pra espécies do lago Malawi, o pH deve ter uma variação de 7,5 a 8,5. Dureza da água (dH) de 4 a 6e temperatura média entre 23°C e 28 °C. Para espécies do lago Tanganyika, o pH deve ficar entre 8,5 a 9,2, dH de 11 a 17 e temperatura entre 23°C a 27°C.

PLANTAS. Devem ser robustas e de crescimento rápido. As mais indicadas são as amazonenses, mas não podem ser colocadas plantas muito pequenas. Coloque pedras circundando as raízes para protegê-las. Plantas resistentes, como a anúbia ou a samambaia de Java, ficam bem protegidas com raízes pantanosas.

FILTRAGEM. Os ciclídeos comem e sujam muito. Se não houver como remover os dejetos, o aquário será afetado em tudo. O ideal é que tenha mais de um ponto de filtragem e bastante circulação de água.

ILUMINAÇÃO. De média a forte.

PEDRAS E CASCALHOS. As mais pedras adequadas são as calcáreas, como aragonita e mármore, que alcalinizam e endurecem a água. Seixos de rio também podem ser usados e proporcionam pH neutro. No aquário, crie tocas e espaços divididos pelas rochas. Ofereça superfícies livres de cascalho para escavação e algumas pedras adicionais como possibilidades de esconderijo e limites de território.

ALIMENTAÇÃO. Há rações de qualidade específicas para os ciclídeos. Existem dentre os ciclídeos africanos as espécies vegetarianas, onívoras e carnívoras. Portanto, mantenha no recinto apenas espécies com o mesmo hábito alimentar.

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