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Gatos e a incrível arte de se equilibrar

O gato doméstico têm todas as habilidades de seu primo selvagem, o leopardo. Fotos: Canvas

Os gatos são mestres no equilíbrio. Já reparou como um felino se comporta no alto de um muro? O bichano calcula meticulosamente a distância e o tamanho do local para onde deseja saltar, mostrando um senso de equilíbrio nato, elegante e preciso.

O equilíbrio dos gatos deve-se, especialmente, à grande velocidade com que a musculatura felina reage às mensagens captadas pelos olhos e pelos órgãos do equilíbrio, no ouvido interno, e enviadas ao cérebro. Ultrassensível às mudanças de posição do próprio corpo, o gato articula esse processo muito mais rapidamente que o ser humano.

Cauda é fator essencial

Especialistas acreditam que a cauda do felino funciona como um fator de equilíbrio para seu peso, representando algo como a vara do equilibrista na corda bamba. O princípio é simples, segundo os pesquisadores: se o bichano caminha por uma cerca ou um muro estreito e decide observar em uma certa direção, desse modo mudando o centro de sua gravidade, ele moverá a cauda automaticamente para a direção oposta, restabelecendo o centro de gravidade de seu corpo e equilibrando-se para não cair.

Além disso, a cauda funciona como um contrapeso durante uma curva em velocidade, o que oferece ao felino a estabilidade necessária ao perseguir a presa. Acredita-se que, quando o gato salta, a cauda funciona como um leme, determinando a direção a ser seguida.

Um mecanismo perfeito dentro do ouvido interno

Quando o felino se encontra em queda livre, os olhos e as estruturas especializadas do ouvido interno transmitem as informações para o cérebro sobre a posição da cabeça em relação ao solo. À medida que a cabeça muda de direção, ou se encontra sujeita às mudanças provocadas pela aceleração, cristais e líquido dentro do ouvido interno são afetados e esse movimento é detectado por pelos sensíveis.

São precisamente esses pelos que são responsáveis ​​por detectar qualquer movimento estranho ou giro do gato e deixar o resto do corpo do felino saber disso.

Diante de uma queda, em milésimos de segundos, o cérebro recebe o sinal e envia comandos ultrarrápidos para que a cabeça se coloque em “ângulo reto” com o solo. O corpo então se alinha com a cabeça e o gato assume a posição ideal para a aterrissagem.

O filhote, no entanto, ainda não apresenta um perfeito equilíbrio, pois, embora nasça com os mecanismos do ouvido interno completamente formados, não consegue unir as mensagens auditivas às visuais, já que permanece de olhos fechados nos primeiros dias de vida.

Para evitar incidentes, é essencial instalar telas nas janelas dos apartamentos

Grandes alturas, menos danos

Agora, há um outro aspecto curioso a respeito dessa façanha dos felinos. Pesquisas recentes revelaram que os gatos sofrem muito menos danos quando caem de grandes alturas, do que quando caem de médias distâncias. Segundo os pesquisadores, após uma queda livre de cinco andares, por exemplo, um gato de tamanho médio alcança a velocidade máxima e, nessa circunstância, o mecanismo de equilíbrio do ouvido interno do animal não é mais estimulado pela aceleração, e a velocidade permanece constante. O bichano então relaxa e abre as pernas, a fim de tirar proveito da resistência do ar, diminuindo a força do impacto com o solo e evitando fraturas graves.

Assim, por mais estranho que pareça, um gato que cair do peitoril de uma janela do décimo andar poderá ter mais chances de sobreviver que aquele que tropeçou da janela do terceiro andar.

No entanto, tudo isso não significa – de forma alguma! – que você possa brincar com a vida do seu animal de estimação e testar sua resistência em uma queda – especialmente se for um animal robusto ou mais velho.

Evite sempre os incidentes e, se o animal vive em um apartamento, é indispensável a colocação de telas nas janelas.

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